Seguidores

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Casa com vida...

Há muito que conheço este poema de Carlos Drummond de Andrade e acho que se adequa perfeitamente à Minha Casinha d'Aldeia...


Casa arrumada é assim:

Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.

Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas…

Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:

Aqui tem vida…

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.

Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa.

E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.

Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto…

Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.

A que está sempre pronta pros amigos, filhos, netos e pros vizinhos.

E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.

Arrume a sua casa todos os dias…

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela…

E reconhecer nela o seu lugar.

* Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Aproveitamento de lãs

Nas várias Casinhas que fazem ou fizeram parte da minha vida, sempre houve o hábito de aproveitar as lãs sobrantes das camisolas que se faziam. Pegas, tapetes, mantinhas coloridas e muito mais podia ser feito e o resultado era, invariavelmente, colorido e fofo!
Há uns dias, neste mundo virtual mágico, encontrei umas colchas feitas destes restinhos de lã e resolvi experimentar a fazer uns quadradinhos com as únicas duas lãs que tinha em casa. O resultado não foi perfeito, mas agradou-me.
Fiz quatro quadradinhos, de dois tamanhos diferentes…

Terminados os quadradinhos, levantou-se uma questão: Que utilidade lhes daria? Não tinha mais lã para continuar, por isso não poderiam ser transformados em cachecóis, bolsas, mantinhas… Teria de lhe dar uso assim mesmo, só ainda não sabia como.
Ao mexer numa gaveta encontrei o sabonete que sempre uso para lhe “dar cheirinho” e a ideia foi imediata. Em vez de estarem nestes saquinhos de compra, vou colocá-los nos quadradinhos de lã. Eis o resultado final.
O bichinho dos quadradinhos de lã ficou cá dentro e, assim que consegui um tempinho, fui “Chez Mamã”, procurar as mantinhas e outras coisinhas que tinha a certeza que por lá havia. Perante hipóteses possíveis, decidimos reformar uma colcha que em tempos a Mamã havia feito com a ajuda da sua Avó. A referida manta era usada no sofá, mas o tempo e a traça danificaram-na, mas nada de não recuperável.
Cortámos o que já não se pode aproveitar e dividimos tarefas: Mamã fica responsável por montar tudo novamente e eu por fazer os quadradinhos que terão de ser substituídos. Já consegui fazer sete. Ainda não decidimos se a parte que unirá todos os quadradinhos será novamente feita em preto, como estava, ou se será num tom beje…
Mas algo me diz que esta viagem ao mundo dos quadradinhos de lã está agora no princípio!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Novo (des)Acordo Ortográfico

O Novo Acordo Ortográfico (NAO) já fez correr muita tinta e, na minha modesta opinião, muita mais ainda fará correr. As vozes dissonantes que se levantam merecem ser tomadas em consideração, dadas as funções que desempenham e o seu mérito profissional. Todavia, todos concordaremos que não há necessidade de escrever os já famosos C e P que não se pronunciam, do mesmo modo que hoje achamos que não faz sentido escrever palavras como “farmácia” com ph, como outrora se escreveu, antes de um outro acordo.

Polémicas à parte, até porque não tenho conhecimentos suficientes para me alongar nesta conversa, acho que não devemos fazer de “Velho do Restelo” mas sim aceitar as mudanças como algo que engrandece a nossa vida, seja em que área for.

Aqui na “Minha Casinha d’Aldeia” estou a tentar habituar-me a aplicar as novas regras…

Quadro em Ponto Cruz

Em setembro de 2009 comecei a fazer um trabalho em ponto cruz que só terminei em janeiro de 2012!!

Trata-se de um quadro colorido com frutos, bichos e flores para a cozinha da minha irmã.



Alguns pormenores...




Ainda não está com a moldura, vamos tratar disso este fim de semana.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Na bancada da cozinha...

Na bancada da cozinha da Minha Casinha d'Aldeia moram estas três coisinhas, daquelas que os outros questionam "Para que queres isso?", mas que, para mim, são verdadeiras relíquias...

Passo a explicar: é a Fruteira da Casa de uma das Avós da Casinha d'Aldeia, o moinho da Casa de outra Avó e um cavalinho de colocar palitos da Casa de uma Prima.

A fruteira tem pouca coisa para dizer, pois não é propriamente bonita, nem uma raridade.... Mas era de casa da Avó e tem um valor especial por isso. Cumpriu e continuará a cumprir a sua função: armazenar a fruta. Já vi blogs em que é utilizada para colocar bolinhos em dias de festa, também não me parece mal, mas aqui na Casinha é mesmo para a função tradicional.  

Os moínhos de café deste tipo são bem mais antigos, mas também eram comuns na casa das nossas avós e, sobretudo, bisavós. Colocava-se o café em grão na abertura que tem na parte de cima, girava-se a manivela e o café moído era depositado numa gavetinha minúscula na parte de baixo! A minha infância foi marcada por um destes moínhos verdinho, mas quis o destino que viesse parar à minha mão este azulinho, da casa da outra Avó.

Aparece também na fotografia o cavalinho dos palitos. Este pertenceu a uma Prima, daquelas pouco primas mas que "a lidação faz o parentesco", uma verdadeira fada do lar. Sempre me fez lembrar a história da Gata Borralheira... 

Na 1ª fotografia retirei tudo o que rodeava as minhas três relíquias. Na realidade elas estão assim...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Caixinha de chá

Hoje vou fazer um post curtinho... porque o trabalho é muito mas o bichinho do blog não me deixa concentrar...

Vou mostrar a Caixinha que pintei para guardar os chás da Minha Casinha.


Está decorada com um dos meus motivos preferidos, as galinhas!